quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Trindade


A Unidade representa o conceito de que o todo é uno. Tudo o que é, é em si enquanto sendo. O existir confunde-se com o ser. Tudo é em tudo. O Universo, o Cosmos, é uno. Criador e Criação compõem-se em um mesmo todo.

O Binário, a dualidade, é o conceito de que a Criação, enquanto parte do todo não se confunde apenas com uma parcela desse todo. O todo transcende à soma das partes. A Criação atinge o nível de consciência através da dualidade e passa a conhecer o todo sob uma cognição dualista. A Criação percebe a realidade a si passível de conhecimento através de um viver sensório-dialético. Aprende que existe o quente e o frio, daí progredindo para a noção de morno. Conhece o claro e o escuro, passando a conceber a penumbra. O morno e a penumbra são exemplos do que advém à Criação em transcendência aos limites do conhecimento primário.

O Ternário é o retorno à noção de que a Unidade e o Binário constituem um único todo. O Pai cria o Filho e mantém com ele uma Relação de Paternidade. O todo exsuda de si a parte que, ganhando individualidade, retorna ao todo não mais por identificação, mas sim por comunhão.

A Criação ganha consciência e se individualiza na realização de si perante o todo. Passa a harmonizar-se com o todo pela comunhão ou dele se afasta pela liberdade de opção, refratando-se pelo cristal do livre arbítrio que reside no seio granítico com que Cronos amolda seus filhos antes de devorá-los.

Somos Um com o Todo Universal apenas quando entramos em comunhão com Ele. Se nos afastamos, não pecamos, não erramos, apenas compomos harmônicos dissonantes que, ademais, servem-nos ao aprimoramento de padrões ainda mais elevados do que a simples aceitação dos acordes uníssonos.

Somos a Glória do Pai Eterno e a Alegria do Mundo. Somos o Pai e o Filho irmanados no Espírito Santo.

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